VÍTIMA OU VILÃO

Até quando teremos que nos curvar?

Escutamos desde crianças que toda carreira possui os prós e os contras, e isso normalmente acontece quando na qualidade de pais queremos que nossos filhos escolham uma profissão em detrimento de outra.

Na verdade não conseguiremos protegê-los, e o pior, nem nós mesmos estamos protegidos na profissão que escolhemos, e que até o momento, trabalhamos com louvor.

O fato é que desempenhar uma carreira, ficou extremamente difícil, devido à confusão que se instalou em nosso país, onde as pessoas prezam pela vantagem como meio de sobrevivência, onde o desrespeito ao próximo impera nas relações, e se sobrepõe ao que é certo.

Muito triste quando o cliente fala para você “se virar”, porque não aceita pagar um imposto ou outro. Ou seja, devido ao descontrole e falta de organização do cidadão, você acaba sendo ofendido diariamente.

O poder público cada dia que passa complica mais o dia-a-dia das empresas, criando novos impostos, mexendo em datas de vencimentos, soltando layouts de programas com prazo de entrega curtíssimo. E agora não bastasse tudo isso, quer mexer com o emocional dos profissionais de contabilidade, criando exigências como a do COAF, que nada mais é que um dedo duro…

Já se fala em “Delação” na contabilidade, uma norma que virá para exigir do contador que o mesmo solte a voz, maltratando aquele que tem com ele uma relação profissional amistosa. Como profissional de contabilidade há mais de 30 anos, não quero ser inimiga de meu cliente. Quero continuar tendo com ele uma relação profissional de parceria, onde estarei sempre ao lado dele, dando explicação sobre o que é certo, e prezando pelo seu sucesso, e não pelo seu fracasso.

Aqui no Brasil os empresários são tratados como criminosos, e o poder público quer usar os contadores para fazer o trabalho sujo.

Que jovem em sã consciência vai querer estudar ciências contábeis?

Devemos sim romper as barreiras do silêncio, e começar um movimento exigindo respeito do poder público, e também daquele cliente, que quer simplesmente ser pior que o governo.

Marciléia Gorgônio Reis Criscuolo é técnica em contabilidade, formada em economia, com MBA em gestão empresarial, e participa do time da empresa há 36 anos.

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